Observacoes 2ª edição <$BlogRSDUrl$>

sábado, novembro 29, 2003

Gostei do post de 26.11.2003 sobre GRT do GANG.
Espero que a sensatez se imponha pois caso contrário daqui a uns anos poderemos ver no Público um extracto de entrevista colateral à "gargalhada" sobre um conjunto de torres antes verticalmente alinhadas que sem qualquer razão foram arrastadas num turbilhão de lama em suspensão em direcção ao rio Tejo.
Não vou escrever um testamento sobre esta questão, no entanto em 24.11.2003 chamei à atenção para um artigo do Arq.Silva Dias sobre a questão no Público.
Embora sem o património e a monumentalidade que as grandes metropoles europeias possuem, Lisboa continua a ser uma cidade "honesta" tendo em linha de conta a nossa história. É a imagem de um pais onde nunca houve uma abundância cultural e económica, tendo no entanto marcas arquitectónicas e urbanas importantes que ilustram épocas onde a riqueza e a cultura bafejou o nosso país.
Torna-se pois estranho que numa época dificil para o país e consequentemente para todos nós, se apresentem projectos tão arrojados e desenquadrados da realidade socio-económica.
É certo que por exemplo quando foi decidida a construção do museu em Bilbao, todo o pais basco atravessava uma crise profunda (segundo me lembro o desemprejo atingiu os 60%). No entanto o museu e não só (Metro, Pálácio da Musica, saneamento da Ria e frente ribeirinha, etc...), funcionou como charneira no processo de desenvolvimento daquela comunidade autónoma. A totalidade das empresas fornecedoras de equipamentos, de construção, de materiais foram todos selecionadas no país basco. Houve de facto um processo de desenvolvimento integrado que atravessou todos os quadrantes da sociedade.
Agora em Portugal quem irá construir o Parque Mayer e as possíveis torres?
Serão empresas portuguesas com operários devidamente legalizados e formados e com normas apertadas de segurança e higiene?
Um outro aspecto a ter em linha de conta, e voltando às torres, será o desajustamento de todo este processo em relação ás directivas preconizadas pelas modernas correntes urbanas. O principio tão apregoado da auto-sustentação, do desenvolvimento harmonioso....não é considerado, voltamos á carta de Atenas.
Imaginando que de facto as torres vão para a frente, quem pagará a remodelação de todo o sistema viário envolvente ao empreendimento, o reforço no abastecimento de água, da energia...., seremos todos nós? Ou vamos ter mais uma portagem à entrada de Lisboa para custear o impacto de tudo isto?
Bem como paisagista estou-me borrifando para os jardins que estão a oferecer, o que quero é que as zonas sensiveis sejam protegidas.
Importa lembrar que estamos na Europa, a 2ª Guerra passou-nos ao lado, não pretendemos ser Roterdão, Frankfurt ou Berlim entre outras. Julgo que só necessitamos de ser mais mediterrânicos, no construir e no viver da cidade.
Bem vou até ao Porto ver uma exposições.


terça-feira, novembro 25, 2003

Reparei que o Picuinhas voltou á carga.
Com tantos argumentos esgrimidos, confesso que quem lê estes apontamentos diários poderá começar a ficar baralhado!!!
Eu próprio embora tenha uma opinião já sedimentada ao longo do tempo sobre o 73, dou conta de um profundo desalento da classe em torno desta revogação, segundo me parece já ninguém liga ao facto do 73 existir ou não.
Bem, daquilo que me foi dado a ler através da APAP e do respectivo parecer emitido pela ordem, trata-se de mais um documento fora de prazo onde se transpõe para o séc.XXI os problemas de prazo ultrapassado do ultimo quartel do séc.XX. Continua-se a baralhar áreas de trabalho, termos, definições e todos nós continuamos a trabalhar de costas viradas, com impactos na cidade, no campo, na floresta, na economia...
Julgo que para a minha profissão nada vai mudar nos próximos tempos.
Sem quer envolver-me na discussão (embora implicitamente o esteja a fazer), julgo que o direito á arquitectura, o direito á saúde, o direito á educação, etc., etc. são talvez direitos a que todos os cidadãos deveriam ter acesso. Agora não se tente colocar tudo no mesmo saco, baralhar e voltar a dar.
Talvez daqui a muitos anos se consiga ordenar tudo isto.

segunda-feira, novembro 24, 2003

Será que é este o real estado do nosso pais....
É preocupante....
Pedrouços foi ontem um tema do Público.
Um conjunto de personalidades foi convidada a pronunciar-se sobre a perspectiva para o local.
Foram sábios e sensatos.
Uma conclusão muito importante se retira dos vários testemunhos e que se poderá encontrar em qualquer manual de história do urbanismo, e que diz respeito à funçao produtiva que deverá estar representada no espaço urbano, não devendo este ser assumido como um espaço de festa contí­nua.
De facto a produçao de riqueza e de saber no seio da cidade é uma variá¡vel desprezada no capi­tulo do planeamento urbanistico talvez por isso as nossas cidades sejam tão vazias e pobres.
As actividades produtivas tradicionais são normalmente zonadas (em muitos caso á  custa da RAN e da REN) em espaços sem aptidão urbana e por isso vamos encontra-los completamente vazios.
Finalmente a a propósito das torres de Lisboa, a entrevista do Arq.SIlva Dias é objectiva e clara e bastante objectiva nos propósitos inerentes à operação urbanistica.

O mediatismo é uma doença que está a minar a nossa sociedade.

quarta-feira, novembro 19, 2003

Do futebol não será, amanhã estaremos todos um pouco mais felizes pois o 8-0 vai fazer bem ao ego durante 24 horas.
É assim o povo português.
Está instalado um profundo mau estar em todo o pais.
De quem será a culpa?

segunda-feira, novembro 17, 2003

Hoje estive ocupado num espaço fechado dedicado à formação.
A formação consiste no estudo da questão da acessibilidade para quem sofre de deficiência ou tenho mobilidade reduzida em espaço urbano e arquitectónico.
Resumindo estamos a falar de barreiras arquitectónicas.
Este sempre foi uma dos espaços de debate pelo qual tenho consagrado algum tempo e paciência a discutir (pois, porque por incrivel que pareça à necessidade de se discutir estas questões que não são óbvias para todos e aqui incluo técnicos e politicos).
Também reservo um carinho especial por este tema pois já fui (temporáriamente) afectado por uma deficiência fisica que me inibiu de circular livremente.
No entanto, embora com experiência a andar de muletas, num pensei nos problemas que um cego tem quando se confronta com a selva urbana.
Hoje fui confrontado com esta experiência num exercicio prático que consistiu em percorrer o espaço que medeia a U.Lusofona e a Estação do Campo Grande. De olhos tampados lá fui com o auxilio de um "anjo da guarda", tropeçando nos orelhões da PT(muito perigosos) , nos pilaretes, nos vários lancis duplos, nos candeeiros, nas papeleiras, nos buracos, nas entradas para as garagens, enfim, tudo um completa confusão.
Alguns colegas foram de canadianas, outros de cadeiras de rodas, mas todos concluiram que de facto a cidade não oferece oportunidades para todos, criando mesmo autênticas armadilhas no seu seio.
Voltando à questão chave, ou seja, criação de condições de acessibilidade para cidadão com mobilidade reduzida, para quando a aplicação do Dl 123/97, já lá vão 6 anos, urge perceber porquê e responsabilizar que tem de decidir, para que tenhamos no futuro cidades livres de barreiras para todos.
Muitas vezes bastará não estacionar em cima do passeio, ou não apitar quando o sinal fica verde e ainda alguém circula na passadeira......

domingo, novembro 16, 2003





sábado, novembro 15, 2003

As grandes superficies ao fim de semana
Luzes, montes de luzes.
Milhares de pessoas.
O parque de estacionamento está a abarrotar.
Ultimamente verifico que o fato de treino deixou de fazer parte do roupeiro domingeiro dos portugueses.
Umas estão felizes, outras estão tristes.
As felizes vão com vários sacos pendurados nos braços.
Sentadas, a caminhar ou a fingir que compram, as outras observam as outras.
As lojas continuam vazias.
A crise continua aí.
Cada vez que visito um espaço destes julgo que venho mais pobre na carteira, mas enriquecido com livros e musica nos sacos.

Hoje chegei às 1000 visitas.

sexta-feira, novembro 14, 2003


Carinho (pastel de óleo sobre papel) Dez.99

quinta-feira, novembro 13, 2003

Embora não tenha nada a ver com o próximo congresso da Ordem dos Arquitectos (OA), sugiro a leitura do post de hoje - O Tédio (E Outros Problemas).
A razão deste meu post liga-se ao facto de também de cursos de Arquitectura Paisagista (AP) começarem a proliferar um pouco por todo o país, razão pela qual levou neste caso a direcção da minha associação a emanar um comunicado no Jornal Público onde alertava a sociedade e os profissionais em geral para um conjunto de questões ligadas à prática da profissão e aos aspectos de formação cientifica praticados por algumas instituições de ensino.
Bem ainda não somos ordem.
Talvez a médio prazo.
Mas sinceramente espero que não entremos pelos mesmos caminhos que o Pedro Jordão referiu.
Bem o tempo irá escrever a história, e vamos ver como será (e claro que será) a integração dos futuros colegas no seio da APAP.

Uma amiga endereçou-me o seguinte link que sugiro à blogoesfera (como dizem na Antena1)

terça-feira, novembro 11, 2003

Por sugestão do Arquitectices visitei o link Cidades Obscuras que se revelou espectacular.
Como sugestão a todos que visitam o meu diário de observações sugiro uma visita ás urbanizações que se semeiam na área metropolitana de Lisboa. não são Cidades Obscuras mas Fantasmas que irão Obscurecer com o caminhar do tempo.
A minha cidade fecha às 19.00H e abre às 07.30H.
Fica na margem direita do Sado e é conhecida por Setúbal.
Para completar a imagem deste aglomerado de prédios que em tempos foi bonito, a C.M de Setúbal abriu um concurso para construção e exploração de parques de estacionamento em três locais. Ficaram desertos.
Com o fecho temporário de uma via municipal (alternativa) que liga Palmela a Setúbal a estrada nacional passou a ter 5Km às portas de Setúbal.
O relógio do Polis continua impávido e sereno.....
Em que pais eu vivo????

segunda-feira, novembro 10, 2003

Para todos aqueles que avaliam o desempenho dos governos em função da quantidade de asfalto criada.
Para os autarcas que continuam a apostar numa politica de não erradicação de crateras.
Então aqui vai uma sugestão Asfalt : The character of the City ou em alternativa West8

domingo, novembro 09, 2003


Desenho (pastel óleo sobre K-line)Dez.2002

sábado, novembro 08, 2003


Impressão Digital (pormenor) (Pastel óleo sobre K-line) Dez.2002

sexta-feira, novembro 07, 2003

Via Verde



quinta-feira, novembro 06, 2003

Cada vez me assusto mais com os atendados ao território.
O substrato refere no seu post de hoje uma noticia da TSF dando conta que a Peninsula Ibéria está a atravessar um período de onde as alterações climatéricas vão ser particularmente acentuadas.
Históricamente sabemos por relatos, que as referidas se fazem sentir regularmente, não nos podemos esquecer que no séc.XIV (período particularmente frio) as mesmas são referidas em vários documentos. Daí que possamos talvez (e aqui escreve um leigo) concluir que tudo isto não passa de um fenónemo regular à escala do planeta.

O problema surge quando a estrutura territorial foi completamente destruída nos últimos 30 anos.

As linhas de água foram destruidas pela ocupação urbana e os cabeços completamente impermiabilizados.
Juntando a isto tudo, o fogo e as reconversões culturais (nas quais se incluem a ocupação urbana), constituem os últimos ingredientes para o fabrico de pequenas "minas" que aleatóriamente se instalaram no território.


O turismo, deverá ser de facto um sector de actividade que irá "sofrer", mas pergunto eu, e os portugueses que vivem em zonas de risco?

Ontem numa conversa alguém me referia que a solução de determinada linha de água seria a construção de uma bacia de retenção e soluções destas são... Será que o pais passará a ser pontuado por charcas de água!!!
Como paralelismo, será que o número de charcas irá atingir o número de poços que surgiram com a introdução do milho em Portugal (segundo me parece foi no séc.XVI).

Não procuro identificar ou apontar casos concretos, pois não é o propósito de alguns escritos que tenho publicado, mas bastará sobrevoar o território português a baixa altitude, para sermos confrontados com uma "rebaldaria" completa.

segunda-feira, novembro 03, 2003

Em Setúbal o livro da Maria José Morgado ainda não chegou. Julgo que esgotou em Lisboa ! ! ! !

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